segunda-feira, 30 de março de 2015

O uso da Selfie na Publicidade

Selfie: junção do substantivo self (em inglês, "eu" ou "a própria pessoa") e o sufixo ie; um neologismo com origem do termo self-portrait, que significa autorretrato.  
Em 2013, Selfie foi escolhida como Palavra Internacional do Ano pelo Dicionário de Inglês Oxford.

Você com certeza já ouviu falar da Selfie, certo? Aquela foto que nós mesmos tiramos, normalmente usando o celular. 
Tudo que está na mídia é uma oportunidade e, veja só, já vem sendo explorada há um tempo.

Samsung - A Selfie de US$ 1 bilhão

Samsung - A Selfie de US$ 1 bilhão

No Oscar 2014, a empresa Samsung desembolsou US$ 20 milhões para que seu aparelho fosse integrado à festa de alguma forma. Tratava-se do lançamento do Samsung Galaxy Note 3. Durante a premiação, a anfitriã Ellen DeGeneres pediu que Bradley Cooper tirasse a foto. A mesma foi vista por mais de 37 milhões de pessoas, tornou-se recorde de compartilhamento no Twitter e teve seu valor avaliado entre US$ 800 milhões a US$ 1 bilhão.

Kim Kardashian - "But first, let me take a selfie"

Kim Kardashian, socialite, cuja fortuna é avaliada em US$ 85 milhões, lançou neste ano um livro chamado “Selfish”, com fotografias que ela mesma tirou.

E se você acha que é usado só por celebridades, esse padre começou a aderir as Selfies com os noivos após a cerimônia de casamento.

Fonte: Tribunadabahia
Veja mais algumas selfies usadas com finalidade publicitária:



Esse tipo de publicidade é conhecida como Product Placement (inserção de produto em conteúdo de programas). Pode acontecer de maneira grandiosa na festa do Oscar e Grammy, como também em eventos menores. 

Quer ser memorável? Faça o inesperado.

quinta-feira, 26 de março de 2015

VC4 para Supernova FM: #ARádioQueÉASuaCara. Vem ver!



Aqui na VC4, o Tarcísio curte Pop Internacional, o Maico tem um gosto bem amplo (segredinho, mas esses dias ele tava ouvindo Sandy e Jr. Backstreet Boys AC/DC), o Carlos ouve Rock o dia inteiro, o Tuki adora um funk sertanejinho e a Camila ouve as nacionais até o fone parar, mas sempre que rola aquele break, é na Supernova FM que nossos gostos se encontram.
#ARádioQueÉASuaCara é a nova campanha da Supernova FM, criada pela Agência VC4 e ela foi feita porque sabemos que o que você gosta de ouvir, toca na Supernova.


Anúncio de Revista



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Abraços do cupido VC4


quinta-feira, 12 de março de 2015

VC4 Entrevista - Mario Assim

Entrevistamos Mario Assim, Diretor de Criação e Planejamento do Banco de Eventos.
Mario nos contou um pouquinho sobre a sua vida e o seu trabalho. 
Vale a pena conferir e se inspirar nesse grande publicitário.



VC4 - Por que você escolheu fazer publicidade?
Assim - Sempre gostei de arte e de escrever. Na minha infância já trabalhava com publicidade sem ao menos saber o que era a área. Lembro que em algumas datas comemorativas já ficava me questionando em como surpreender as pessoas. Uma vez criei uma “ativação” para celebrar o aniversário do meu pai. Tudo isso fez com que eu descobrisse o mundo da publicidade muito cedo. Entrei em um colégio técnico aos 15 anos e foi aí que tive a certeza de que queria trabalhar com isso.

VC4 - Como começou sua vida profissional? Nos conte um pouco de sua história.
Assim - Observava os comerciais na televisão e pensava em como poderia fazer diferente. Participava de ações promocionais e imaginava a grandiosidade desse segmento. Frequentava eventos e shows e pensava que tudo poderia ser feito de uma forma mais criativa.
Um dia peguei o telefone e liguei para o Diretor de Criação de uma agência de promoção. Tive a “cara de pau” de falar que tinha sido indicado por um amigo dele. E por ser uma indicação fui atendido logo no dia seguinte.
Naquele momento começamos uma conversa que demorou 1 ano. E devido a minha insistência ganhei a vaga de estagiário de redação.
Depois de um ano passei por outras agências até chegar na Giovanni Draft FCB. Voltei para o live marketing na Mix Brand Experience e hoje estou no Banco de Eventos.

VC4 - Nos fale um pouco sobre o trabalho do Banco de Eventos.
Assim - Posso dizer que o nosso trabalho é medido pela quantidade de arrepios, sorrisos e lágrimas que conseguimos provocar. Quando isso acontece, estamos aplicando o live marketing – uma disciplina sem replay, que se inspira no ao vivo e naquilo que é para ser vivido uma única vez – feito para aproximar pessoas e marcas.

VC4 - O que te inspira para criar?
Assim - Acredito que a referência é o que alimenta qualquer criativo. Adoro assistir filmes, ler, viajar, ir ao supermercado, shopping, exposições, teatro, musicais. Converso com todo tipo de pessoa. Sou muito curioso e observador.

VC4 - Quais profissionais lhe influenciaram no decorrer de sua carreira?
Assim - No começo de minha carreira: Washington Olivetto e José Fontoura da Costa. Hoje admiro algumas pessoas que fazem com que o mercado de Live Marketing cresça a cada dia: José Victor Oliva e Fabio Brandão.

VC4 - De que trabalho seu você sente mais orgulho?
Assim - Acho que orgulho não é a palavra certa. Gosto daquela sensação de ter feito uma boa entrega e de ter surpreendido a expectativa dos clientes. Alguns jobs que senti esse gostinho podem ser conferidos no site do Banco de Eventos. 
www.bancodeeventos.com

VC4 - Se fosse pra te definir em uma palavra, qual seria?
Assim - #maisdoquevcimagina.

VC4 - Queremos conhecer um pouco mais sobre você. Conte-nos sobre suas músicas, filmes e livros favoritos.
Assim - Tenho um gosto bem diversificado. Escuto, assisto e leio de tudo. Meu último livro foi Sonho Grande.

VC4 - Que recado você gostaria de dar à alguém que está começando agora na publicidade?
Assim - Existe um universo inteiro para ser explorado na publicidade. E o Live Marketing está aí para comprovar! Eventos, ativações, promoções, digital, lançamentos de carros, shows, incentivo e muito mais. 

sábado, 7 de março de 2015

VC4 Entrevista - Luciana Haguiara

Ainda em homenagem ao dia internacional da mulher, entrevistamos Luciana Haguiara, diretora de criação digital da AlmapBBDO, em São Paulo.
Luciana nos mostrou que publicidade também é coisa de mulher e, que vale a pena correr atrás dos seus sonhos.
Confira:



VC4 - Por que você escolheu a área de publicidade?
Luciana - Escolhi publicidade, porque era uma maneira de ter contato com todo tipo de informação, estar sempre aprendendo algo diferente, ter que buscar novas referências o tempo inteiro para tentar fazer um trabalho inovador e criativo.

VC4 - Como você começou sua trajetória profissional? Conta pra gente um pouco mais da sua história.
Luciana - Comecei fazendo estágio em uma grande agência e passei por todos os departamentos antes de chegar na criação. Esse processo foi muito importante, porque você precisa saber como a máquina funciona, entender todo o processo, antes de resolver em qual área você vai apostar suas fichas.
Escolhi a criação e comecei como redatora de off-line. Em 2001, mudei para o digital, porque fiquei absolutamente apaixonada pela infinidade de possibilidades e pela constante evolução do meio.

VC4 - Quais as agências que você já trabalhou?
Luciana - Comecei na JWT, Publicis, Olgilvy e estou há dez anos na AlmapBBDO.

VC4 - Sobre o seu trabalho, como é ser diretora de criação digital?
Luciana - É uma loucura. Aqui na agência trabalho com praticamente todas as contas que, cada vez mais, querem estar com suas marcas presentes no ambiente digital. Minha função é coordenar o time de criação para que esse trabalho saia impecável, inovador e que cumpra com seus respectivos objetivos. Tem a parte divertida, de sentar com os criativos ouvir ideias, escolher, dar pitacos e as vezes criar junto, mas também tem a parte “burocrática” de coordenar uma orquestra que envolve pessoas, salários, clientes, faturamento, produção, etc.

VC4 - Como você vê a transição entre a publicidade tradicional e a publicidade online?
Luciana - Acho que transição não é o melhor termo. Temos espaço para todas as disciplinas e nada vai morrer. O que existe são novas possibilidades que não param mais de aparecer.

VC4 - O que te inspira a continuar na área da publicidade?
Luciana - Seja qual for a profissão que escolher, se você realmente gosta do que faz, vai sempre querer evoluir, aprender coisas novas.

VC4 - Queremos conhecer mais sobre você: Quais livros, filmes e bandas favoritas?
Luciana - É fato: não vejo TV aberta e quase nem vejo mais TV a cabo. Consumo todos os seriados do Netflix vorazmente, leio qualquer coisa que cair na minha mão, até bula de remédio. Música é trilha sonora, então tudo tem o momento certo. Só não tenho tempo nenhum pra sertanejo universitário e pagode, o resto todo é bem-vindo.

VC4 - Você vê diferença entre o trabalho do homem e da mulher no mercado da propaganda? Qual?
Luciana - A quantidade de homens na criação é brutalmente maior do que a de mulheres e esse fenômeno não acontece só no Brasil. Tenho algumas teorias, mas a verdade é que a conta não fecha, não consigo chegar a uma conclusão plausível. A única coisa que posso dizer é: meninas, penas para que te quero!

VC4 - Que recado você gostaria de dar a nova geração publicitária.
Luciana - Seja lá o que você quiser fazer da vida, lembre-se de que existem duas opções: fazer algo pra valer ou ter apenas um emprego. Conseguir um trabalho é fácil, mas se manter num trabalho e evoluir exige que você ame de verdade o que faz. Por isso, se você quer trabalhar em propaganda, pergunto: Você tem noção de que, se quiser ser um criativo em propaganda, vai ter que estudar tudo o que já foi feito? E olha que hoje em dia não tem só filme e print, há incontáveis formatos diferentes. Se você escolher ser diretor de arte, jura que vai cuidar de cada pixel do seu layout? Se for redator, jura que vai ler muito, mas muito mesmo, vai respeitar, amar e honrar nossas regras ortográficas e gramaticais? Vai assistir a filmes analisando a edição? Vai se encantar com a tecnologia e entender que ela não é a ideia (a não ser que você queira trabalhar no Silicon Valley) e quanto mais escondida ela estiver, melhor? Está sabendo que propaganda não é só ter uma ideia que você acha brilhante e pronto? Que depois de ter quebrado a cabeça, vem um trabalho gigantesco para executar a tal ideia e que o sucesso dela está nos detalhes? Está a fim de resolver problemas que não são seus, maravilhosamente bem? Não vai entrar em crise existencial e ter vergonha de ser publicitário, né? Nunca, mesmo? Nem vai entrar achando que a vida em uma agência é puro glamour, que é fácil e que você nasceu pra ganhar prêmios? Você está disposto a colocar o seu máximo em qualquer tipo de serviço, mesmo que seja um banner para celular ou um texto de 90 caracteres para um post no Facebook? Você promete se dedicar apaixonadamente à sua profissão?
Então, pode casar.


sexta-feira, 6 de março de 2015

VC4 Entrevista - Anne Caroline Barbosa

Hoje o VC4 Entrevista está mais que especial.
Como domingo (08) é o dia internacional da mulher, resolvemos mostrar que elas estão presente em tudo, inclusive em administração de empresas.
Entrevistamos Anne Barbosa, coordenadora de operações na ACIJS. Assim como muitas mulheres, Anne merece nossa admiração.
Confira:



VC4 - Qual é a sua formação?
Anne - Administração de Empresas

VC4 - Porque escolheu essa área?  
Anne - Pela abrangência do conhecimento que a área oferece. Um administrador precisa estar sempre atento as novidades do mercado, precisa ter criatividade e influenciar pessoas.

VC4 - Como você começou sua trajetória profissional? Conta pra gente um pouco da sua história.
Anne - Trabalho desde muito cedo, fazendo marketing promocional e outros free lances. Após entrar na faculdade consegui um estágio em um Hospital na cidade onde morava (Campinas SP). Foi lá que realmente comecei minha vida profissional, atuei por 7 anos, pude conhecer várias áreas e experimentei na prática os conceitos de administração. Quando cheguei em Jaraguá do Sul, participei do processo seletivo para uma vaga na consultoria de Núcleos Setoriais da ACIJS. E para minha alegria estas portas se abriram para mim.

VC4 - Nos fale um pouco sobre o seu trabalho na ACIJS. 
Anne - Como consultora de Núcleos Setoriais, pude conhecer a cultura da cidade e fazer grandes amigos. Me especializei em Planejamento Estratégico e fui desenvolvendo minha liderança. Entender os valores associativistas e multiplica-los, fizeram com que eu me apaixonasse pela Associação Empresarial de Jaraguá do Sul. Ressalto que nesta ocasião, tive grandes líderes mulheres que me orientaram e direcionaram. Trabalhar neste ambiente empreendedor e  fomentador me abriram muitas outras oportunidades, como o de trabalhar com os projetos estratégicos da ACIJS. Desenvolver a comunicação da Entidade, trabalhar ao lado de empresários renomados. Aprender com a experiência destas pessoas, e os valores que carregam e fazem com que estas dispensem tempo para buscar a melhoria da cidade de Jaraguá do Sul e para o seu povo, é único.  Tudo isso me ensinou e me trouxe até aqui. Hoje atuo como Coordenadora de Operações, temos grandes desafios mas são eles que me norteiam e me estimulam para estar aqui.

VC4 - Como você vê a mulher no mercado de trabalho nos dias de hoje?
Anne - A mulher já é maioria, é dinâmica, têm bom humor, mas tem um preço também, apesar de estarmos “dominando o mercado de trabalho”, ainda temos a responsabilidade pelo lar, pelos filhos, casamento e não é nada fácil. Ainda há de se trabalhar pela igualdade entre os gêneros, sem perder a ternura é claro.

VC4 - Sabemos que você tem filhos, o que exige muita responsabilidade e dedicação. Como você consegue administrar seu tempo para conciliar trabalho, casa e - família?
Anne - Loucura, loucura, loucura... É ilusão achar que todas estas frentes são administráveis. Procuro estar presente, procuro priorizar meu tempo, mas confesso que exige bastante dedicação e paciência, mas a Amélia que era mulher de verdade....

VC4 - Tem alguma dica que você gostaria de dar para as mulheres que estão iniciando agora uma vida profissional?
Anne - Estudar, começar do começo, ou seja, para você conseguir galgar posições na sua vida profissional é preciso começar  da base, conhecer os processos, entender a filosofia da empresa para a qual trabalha e acima de tudo fazer as coisas com amor e buscar ser sempre o melhor, mesmo na dificuldade, pois são nestas ocasiões é que notamos os grandes profissionais. E parafraseando Stalimir Vieira “Em mar calmo não se forma bons marinheiros”.



Anne e sua família
 

quarta-feira, 4 de março de 2015

VC4 Entrevista - Roberto Fernandez

Entrevistamos Roberto Fernandez, esse publicitário que tem muita história pra contar pra gente.
Atualmente Roberto está trabalhando na agência BBH, em Londres!
Em um bate-papo super descontraído por Skype, ele compartilhou um pouco da sua experiência profissional com a gente.
Confira:


VC4 – Porque você escolheu a área de publicidade?
Roberto – “Escolhi propaganda porque gosto muito de arte e comecei a trabalhar com ilustração em quadrinhos desde muito pequeno, sete-oito anos já fazia isso intensivamente e com treze-quatorze anos comecei a fazer exposições. Isso me levou a ser chamado pra fazer projetos de design gráfico, como uma coisa alternativa, provisória, eventual, mas que foi ficando cada vez mais intenso. Então quando cheguei na idade de vestibular, conseguia muita convicção pra trabalhar como designer ou como publicitário. Eu achava que como publicitário tinha mais potencial, por isso que fui pra essa área. Então eu tinha, ao contrário de muita gente, na idade de vestibular, muita certeza de que eu queria trabalhar com isso.”

VC4 – Como você começou sua trajetória profissional? Em quais agências já trabalhou? Conta pra gente um pouco mais da sua história.
Roberto – “Bom, eu tenho um irmão gêmeo, idêntico, então a gente começou desenhando e fazendo exposições juntos. A nossa primeira exposição era de um personagem de quadrinhos que a gente tinha inventado chamado Almas Gêmeas, esse personagem era xifópago, um gêmeo com um corpo só e duas cabeças, ele passava por tipo de piada de que você consiga imaginar. Publicávamos também tiras de arte no jornal do Estado do Paraná. Estudamos na Federal do Paraná e logo no primeiro ano da faculdade já íamos montar uma agência, pois tínhamos muitos projetos, que vinham nos acompanhando desde os nossos quatorze anos de idade. Montamos a agência Almas Gêmeas, começamos a atender várias contas e o negócio foi crescendo, mas era completamente desorganizado, porque era só eu e o meu irmão que fazíamos tudo, atendimento, planejamento, produção, mídia, etc. Então foi legal pra saber como funciona uma agência e deu pra aprender bastante com os erros também. Porém, o nosso forte que era criação publicitária tava rolando muito pouco, assim optamos por fechar o nosso negócio e entrar em uma agência de verdade. Fomos contratados na Exclam, onde ficamos 3 anos. Saindo de lá fomos pra Master, na qual conseguimos ganhar um leão de prata em Cannes, o que pra propaganda no Paraná é uma coisa astronômica. Ganhar um leão de prata na categoria Print é muito raro, deve ter 2 ou 3 leões na história da propaganda e, a gente ganhou um deles. E isso abriu as portas pra São Paulo. Recebemos uma proposta na Almap, tentamos convencer essa agência a contratar nós dois, porém o Marcelo Serpa queria um só; pra decidir fizemos par ou ímpar e, o meu irmão (Renato Fernandez) ganhou. Peguei então meu portfólio e coloquei um sticker na capa que dizia assim: Marcelo Serpa contratou um gêmeo com portfólio igual. Mandei esse portfólio pra DM9, a qual me contratou na hora.”

VC4 – E agora você está em Londres! Qual a diferença entre as agências europeias e brasileiras?
Roberto – “Na verdade eu já tinha um pouco dessa noção de diferença, pois da DM9, fui pra Almap, ainda como diretor de arte, porém, ao ir migrar para a Thompson virei diretor de criação. A Thompson é uma agência muito mais global, então eu vivia nas reuniões em Londres, Nova Iorque, Singapura, etc., fazendo projetos globais. A criação no Brasil é muito focada em TV e print e fora do Brasil isso já não é mais o principal há algum tempo. O meu dia-a-dia não muda muito aqui; o que muda mesmo é viver em uma cultura diferente.”

VC4 – Que nomes da publicidade mundial você admira?
Roberto – As duas agências que eu mais admiro na história da propaganda são Wieden Kennedy e BBH, admiro fundamentalmente por causa de seus líderes. Nacionalmente admiro Marcelo Serpa e Nizan Guanaes, que são gênios com os quais já trabalhei.”

VC4 – Sobre o seu trabalho, como funciona o seu processo criativo?
Roberto – Não existe exatamente um processo criativo, o que tem é um processo de se provocar para que as ideias aconteçam. Tem que ter tempo e disposição para trabalhar muito. As boas ideias não vão vêm fácil. Tem uma frase do Picasso que eu cito sempre: Que a inspiração chegue não depende de mim. A única coisa que posso fazer é garantir que ela me encontre trabalhando. O nosso trabalho é parecido com a poesia, fazemos algo e ficamos refazendo até encontrar a excelência absoluta de executar aquela ideia. Uma coisa que eu aprendi é que você não atira no leão de ouro, mas sim na nota 6, depois você tenta a 7, depois a 8; assim depois de uma semana você vai ter um trabalho bom para apresentar, mas se você já começar buscando a nota 10 você vai acabar se frustrando. O Nizan me ensinou a fazer “o anúncio burro”, que é aquele anúncio sem ideia nenhuma, mas que diz exatamente o que tem que dizer. Se o anúncio produzido depois disser a mesma coisa, porém, de uma forma melhor, você conseguiu comunicar o que precisava.”

VC4 – Que característica você considera que seja essencial em um publicitário?
Roberto – “Ser extremamente curioso. Ter vontade de conhecer tudo sem nenhum preconceito. Gostar de ver, ouvir, ler de tudo um pouco. Você precisa tentar mostrar que é uma pessoa interessante e, se você não tem conteúdo não conseguirá.”

VC4 -  Você foi jurado em Cannes. Conte pra gente como foi essa experiência.
Roberto – “Ser jurado em Cannes é, sobretudo, uma aula. É muito difícil e desgastante, ainda mais sendo um jurado brasileiro, pois o Brasil é um dos países mais fortes na propaganda do mundo. Você tem que ser ao mesmo tempo um embaixador que tenta ajudar os caras lá de fora a entender o contexto das propagandas brasileiras, é uma grande responsabilidade. Tem que ter muita opinião.”

VC4 – O que te inspira a continuar na área da publicidade?
Roberto – “A certeza de que eu não me divertiria tanto em outra coisa. Eu tenho muita paixão pelo o que eu faço. Gosto muito de criar, gosto muito de arte. E, a publicidade é uma área que eu posso fazer isso e ser pago de uma maneira que eu possa me manter bem. No Brasil se quiser viver de arte é muito difícil. Me identifiquei desde muito jovem com a publicidade. Não me vejo fazendo outra coisa.”

VC4 – Queremos conhecer mais sobre você: quais são seus livros, filmes e bandas favoritas?
Roberto – Gosto muito de tudo, vejo de tudo. O último filme que vi foi Birdman, mas eu gosto muito de filmes que me emocionam, e esses geralmente não são filmes americanos. Dois exemplos são A Despedida e Lemon Three. Gosto de cinema argentino, pois sabem contar bem as histórias. Com relação à música eu gosto muito de samba, sambas de raiz essencialmente; e também de algumas bandas de rock. De livros eu adoro ler biografias.”

VC4 – Que recado você gostaria de dar a nova geração publicitária?
Roberto – “O principal recado é: Não esqueçam que vocês são a nova geração! As coisas que eu tenho visto da nova geração é a tentativa de copiar o que a geração que ta aí está fazendo. A Social Media nasceu junto com essa nova geração e isso faz com que a relação seja muito mais intensa, o que é uma vantagem. Enfim, é preciso ter uma nova forma de pensar.”

Roberto Fernandez por Skype, em entrevista com a VC4.